domingo, 31 de outubro de 2010

Localização de cadáver causa reviravolta em processo de assassinato.

A localização em Macaé de um cadáver que pode ser do comerciante Jorge Rodriguez Maia, desaparecido aos 61 anos, em 2004, em Cachoeiras de Macacu, pode causar uma reviravolta no processo em que a ex-mulher da vítima, Ângela Maria de Sá Mello, de 52, é acusada do crime. A pedido do Ministério Público, o juiz Daniel Fonseca, da 2ª Vara Criminal de Cachoeiras de Macacu, adiou para 15 de dezembro o julgamento de Ângela, presa desde outubro de 2009. O objetivo é esperar o resultado do exame de DNA no cadáver, que terá que ser exumado.

Inicialmente, o júri seria realizado em 27 de outubro, mas como não havia qualquer pista do corpo de Jorge, o MP e familiares da vítima temiam que Ângela fosse absolvida. O outro acusado do assassinato, o pastor evangélico Gérson Aprígio Lima, de 32 anos, foi julgado — e absolvido — em 2009, exatamente porque não havia corpo.

O inquérito da Delegacia de Homicídios (DH) concluiu que Jorge foi assassinado por insistir em cobrar uma dívida de R$ 14.500 de Gérson, que seria amante de Ângela, segundo a investigação. O pastor havia comprado cabeças de gado da vítima e utilizou um cheque sem fundo.

O corpo em Macaé foi localizado por meio do Programa de Identificação de Vítimas (PIV) do Ministério Público, implantado em maio deste ano. Após ler uma matéria do EXTRA sobre o PIV, Danielle Rodriguez Vallado, de 35 anos, filha de Jorge, decidiu pedir ajuda aos promotores para localizar o corpo de seu pai.

— Após a absolvição do pastor, tive um sentimento de que tudo no Brasil acaba em pizza. Entretanto, nunca perdi a esperança de achar o corpo do meu pai. Se Deus quiser, esse corpo achado em Macaé é dele e Ângela vai pagar pelo que fez. Quero justiça.

Para localizar o corpo que pode ser de Jorge, os promotores do PIV tiveram que determinar uma região do estado em que corpos de indigentes foram localizados, para comparar com o caso de Jorge.

— A região escolhida vai de Itaboraí até Campos, já que ele sumiu em Cachoeiras de Macacu. Tivemos que pesquisar todas as guias de remoção de cadáver em todos os IMLs, localizados nessa região do estado, em abril de 2004, mês em que Jorge desapareceu. O corpo achado em Macaé tem características físicas semelhantes — explicou o promotor Pedro Mourão, coordenador do PIV.

Veja também:

PIV: esperança para 3 mil famílias de mortos enterrados como indigentes 
PLID: força-tarefa para evitar que mortos sejam enterrados como indigentes

3 comentários:

  1. Até que enfim alguém pensou em fazer alguma coisa. Já era hora do Estado ter iniciativa para ajudar quem tem um familiar desaparecido.

    Carioca.

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  2. Após seis anos de espera, posso acreditar que o corpo do meu pai será localizado e posso contar com pessoas empenhadas nisso. Parabéns ao dr. Pedro Mourão, ao cap. Falconi e a toda a equipe do CIAC-PIV pelos progressos alcançados em tão curto tempo. Em 06 meses vocês conseguiram o que mais ninguém conseguiu em seis anos.

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  3. Parabéns pelo programa, pois ja era hora de haver um programa deste jeito! Como que uma Brasileiro e "desaparecido" por 6 anos com todos os indicios de um assacinato e não há se quer uma pita da vitima?? Vouto a parabenizar o programa pois ja não acreditava em nem uma forma de justiça deste país! (neto da vitima)

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