domingo, 7 de novembro de 2010

III Encontro REDESAP - Balanço Final

Ao final do evento fica evidenciada a existência de dois quadros no cenário nacional quanto à temática dos desaparecidos. O primeiro diz respeito a constatação de que ainda estamos distantes de termos um sistema nacional de localização de desaparecidos. A realidade  mostra que há iniciativas regionais isoladas, algumas relevantes, mas em geral vê-se respostas mais políticas do que efetivas ao enfrentamento proposto pelo evento. Tal cenário não chega a causar surpresa. Afinal, não fomos lá esperando encontrar mirabolantes soluções ou mesmo uma rede funcionando.

Entretanto, verificar que há realizações concretas em diferentes regiões e, mais ainda, constatar os isolados, porém múltiplos, resultados obtidos em tais frentes, nos faz ver um segundo, e promissor, cenário. Realmente, estórias como a do "Pescador de Desaparecidos", um policial civil do DECA (Delegacia Especial da Criança e do Adolescente) de Porto Alegre - RS, que por esforço pessoal bate recordes na localização de crianças e adultos, dão a medida das possibilidades.

A receptividade que o PLID obteve ante suas características de formatação profissional e objetividade também educa quanto à expectativa de uma ação pública profissional.

Neste cenário, iluminado pela razoável produção acadêmica sobre o tema e por algumas experiências de comprovado sucesso, vemos surgir um momento político adequado à produção de uma solução competente. Temos os meios e a questão não mais se apresenta tão obscura. Os atores do sistema estão mais qualificados, tanto que certos arranjos de retórica política foram claramente rejeitados pelos operadores mais diretos do sistema.

Neste quadro é que, vindo o correto encaminhamento (e apoio) das ações executadas por agentes qualificados e bem intencionados, a iniciativa pública tem a chance de dar a resposta pela qual tanto brada a sociedade.

Por Pedro Borges Mourão,

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